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Brasil Colônia: Mineração


Os bandeirantes tiveram papel fundamental da descoberta de riquezas, em especial ouro e diamantes, na região da Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, em finais do século XVII e início do século XVIII. A atividade de exploração aurífera exerceu uma profunda alteração demográfica no Brasil. Para se ter uma idéia, no final do século XVII, quando teve início as descobertas das minas, a população colonial não passava de 250 mil pessoas. No final do século XVIII, essa população havia saltado para mais de impressionantes 3 milhões de habitantes, sendo que mais de meio milhão estavam concentrados na região aurífera das Minas Gerais.

No período imediato que antecedeu a corrida ao ouro, Portugal e a sua mais importante colônia passava por um momento bastante difícil. Por um lado, a indústria do açúcar estava debilitada desde a expulsão dos holandeses em 1654, que expulsos levaram consigo e seus investimentos e se não bastasse começaram a concorrer diretamente com os portugueses, além das indenizações que os portugueses foram obrigados a pagar para se verem livres das ameaças dos holandeses. Por outro lado, os 60 anos de dominação espanhola (União Ibérica) se traduziram numa escalada de perda de domínios e territórios no Oriente e na África.

Mesmo após conquistar novamente sua autonomia frente a Espanha, os portugueses eram continuamente ameaçados pelos espanhóis, o que fez com que Portugal se aproximassem da toda poderosa Inglaterra, em busca de apoio militar. Essa aproximação deu origem ao Tratado de Methuem, assinado (muito convenientemente aos ingleses) em 1703, alguns anos após a descoberta das primeiras jazidas. Por meio desse tratado, Portugal era obrigado a adquirir tecidos ingleses, e em contrapartida a Inglaterra comprava vinhos portugueses. Na prática o Tratado de Methuem acabou tendo sérios reflexos:
  • Liquidou as manufaturas portuguesas, que vinham apresentando certo desenvolvimento.


  • Especialização na produção de vinhos, contudo, a maior parte do vinho produzido em Portugal era controlada pelos ingleses.


  • Acentuado déficit na balança comercial, onde o valor das importações, ou seja, dos tecidos, superavam amplamente o valor das exportações (basicamente o vinho).


No século XVIII a importação dos produtos ingleses chegaram a superar em 4 vezes o total das exportação portuguesas. Essa vinculação levou Portugal a uma extrema dependência em relação á Inglaterra, com um intenso acúmulo de capitais por parte dos ingleses, na medida em que os déficits portugueses eram cobertos com o ouro brasileiro. Esse fato levou muitos estudiosos a afirmarem que o pioneirismo inglês na Revolução Industrial se deve ao ouro brasileiro, que chegava à Inglaterra às toneladas.

Estima-se que durante o século XVIII a extração de ouro na região das Minas Gerais alcançou a impressionante marca de mais de um milhão de quilos, isso sem contar a quantidade que inevitavelmente era desviada e contrabandeada, certamente algumas centenas de toneladas. 
Abaixo uma imagem de Johann Moritz Rugendas, ilustrando a lavagem de ouro. Na sequência, uma ilustração de Carlos Juliao em relação a uma mina de diamantes.


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