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Renascimento 1 de 2

O Renascimento consiste num movimento que influenciou varias áreas do pensamento humano. Das ciências às artes, da literatura à filosofia, na política e na religião, o Renascimento buscava uma nova visão do homem, de Deus e do universo, tendo início nas cidades italianas e alcançando a sua plenitude nos século XV e XVI.

Esse “renascer”, essa vivificação do homem moderno encontra o seu contraponto em uma oposição à Idade Média, que passa a ser caracterizada, negativamente pelos pensadores renascentistas como um período de mil anos em que a Europa esteve encoberta por trevas. É um erro imaginar que o início do Renascimento marca uma ruptura intransponível entre a Idade Média e a Idade Moderna.

Em nada plausível, essa hipótese não tem o menor sentido uma vez que muitas relações predominantes durante a Idade Média continuaram tendo grande importância no período subseqüente, e por outro lado, muitos dos valores cultuados no Renascimento já eram conhecidos e admirados pelos homens medievais, como no caso da cultura clássica antiga.

A idéia central que fundamenta o Renascimento é o humanismo. O humanismo afirma a dignidade do homem, valorizando suas capacidades infinitas de criação, e o torna investigador da natureza. Durante a Idade Média o conhecimento esteve sob a tutela da Igreja, que era a detentora do saber oficial (saber teológico) que dava grande margem de poder e interferência na vida das pessoas. Os pensadores que passaram a ser designados como humanistas começaram a questionar os estudos tradicionais pautados no saber produzido pela Igreja, dando maior ênfase na razão individual e à evidência empírica para se chegar as conclusões.

Esse estudo levava em conta a necessidade de se recorrer aos textos originais greco-romanos, uma vez que para os humanistas essas duas grandes civilizações teriam sido as que mais intensamente valorizaram o ser humano em suas mais diversas manifestações.

Um exemplo do ideal renascentista está personificado na figura de Leonardo da Vinci: pintor, escultor, arquiteto, inventor, engenheiro, além de desenvolver estudos em diversas áreas como a anatomia humana, a óptica, mecânica, cartografia, física, hidráulica e urbanismo. O homem deixava de ser uma simples criatura vinculada à vontade de Deus e tornava-se verdadeiramente um criador, ou nas palavras de Shakespeare: “dentre todas as maravilhas do universo, nada se compara ao homem”.

Os ideais renascentistas ganharam dinamismo, sobretudo nas cidades italianas, entre as principais Veneza e Gênova, Florença, Siena e Milão. Entre os fatores que explicam o pioneirismo das cidades italianas deve se destacar a acumulo de riquezas proporcionadas pelo intercâmbio comercial e o monopólio comercia do Mar Mediterrâneo, fruto direto do movimento das Cruzadas. Outro ponto importante é a vigorosa tradição clássica presente na Península Ibérica, pelo simples fato de ter sido o berço do Império Romano. Como vimos o humanismo levava em conta uma retomada dos ideais clássicos greco-romanos, e nesse sentido, as cidades italianas ofereciam uma grande quantidade de ruínas e obras de arte que passaram a despertar grande interesse nos artistas e pensadores humanistas.

Outro fator que pode ter favorecido as cidades italianas é o fracionamento político. A Itália da época do renascimento não tinha a unidade política de um estado-nação, muito ao contrário era constituído de inúmeras cidades-estados que competiam entre si. Essa competição levou as grandes famílias das cidades italianas – que haviam acumulado muita riqueza – ao financiamento de inúmeros artistas e construções de grandes obras arquitetônicas.









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