Independência da América Latina: A organização dos estados latino-americanos
Foi visto que as idéias iluministas acerca da liberdade estiveram presentes na independência da América Latina. Essas idéias levaram a adoção do republicanismo na maioria dos países da América. Contudo, apesar das características liberais, como a idéia da res publica, a liberdade e a divisão dos poderes, na prática o que ocorreu foi a absoluta hegemonia das antigas elites criollas.
Com a adoção do voto censitário as camadas populares foram excluídas do processo decisório, o que facilitou a concentração do poder nas mãos dos grandes proprietários. Por outro lado, a elite crioulla, agora detentora do poder, continuou discriminando os negros, índios e mestiços. Foram mantidos, igualmente, os grandes latifúndios, com a sua produção voltada para o mercado externo.
Como foi visto, o processo de independência do América Latina aconteceu a partir da iniciativa de várias lideranças locais. Essa ausência de um poder centralizado fez com que surgisse o caudilhismo. Os caudilhos eram líderes de milícias locais que tinham uma personalidade carismática e defendiam programas populistas, de tal forma que conseguiam a adesão de muitas pessoas.
Como o caudilhismo levava em conta os interesses particulares, locais e o culto a personalidade, acabou contribuindo grandemente para a instabilidade na América Latina. A partir do caudilhismo, se desenvolveu o militarismo, o contínuo desrespeito à ordem constitucional, a tradição autoritária e os sucessivos golpes militares.
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