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Guerra Fria: Crise dos Mísseis


Cuba, a maior das ilhas caribenhas, sofreu uma revolução em 1959 que instaurou a ditadura de Fidel Castro. A instauração de um regime socialista em plena América preocupou a Casa Branca e, em 1961, os Estados Unidos chegaram a ordenar uma invasão à ilha, mas a operação foi um fracasso.

Se não bastasse isso, em 1962 a URSS aliada de Cuba foi flagrada construindo 40 silos nucleares em Cuba, numa das mais ousadas ações de toda a Guerra Fria. Deve se destacar, que se levarmos em conta todo o aparato de espionagem dos norte-americanos, espanta a demora, omissão ou ingenuidade do presidente Kennedy dos Estados Unidos em relação à instalação dos mísseis. Apesar do próprio Khrushchov, que era o então grande timoneiro russo afirmar dias antes que a Rússia não tinha a pretensão de apontar quaisquer tipo de armamento para o território norte-americano, havia claros sinais de que algo de muito suspeito estava acontecendo na ilha de Fidel.


Descoberto, Khrushchov passou a afirmar que a medida era puramente defensiva, para evitar que os EUA tentassem invadir Cuba novamente. Porém, sabia-se que a URSS queria responder a instalação de mísseis dos EUA na Turquia, que poderiam ser utilizados para bombardear o território soviético, além de equilibrar a Guerra Fria e a corrida armamentista, que apesar de alguns sucessos como no caso da corrida espacial, pendia claramento para o lado dos EUA.


Seguir-se-ia dias extremamente tensos, onde os dois grandes líderes travariam um duelo em que qualquer precipitação ou medida extremada poderia detonar os dois maiores arsenais nucleares do mundo. Tomado conhecimento da instalação dos mísseis em Cuba, o então presidente Kennedy ordena um bloqueio com navios de guerra americanos à Ilha de Cuba. Esse bloqueio transformou-se no ponto de maior tensão da década de 1960. A URSS mantinha o argumento de que não havia nada de errado em instalar mísseis em Cuba, uma vez que os EUA haviam instalado seus mísseis na Turquia.


O perigo de uma guerra era iminente, e para uma solução pacífica, cada um dos lados teria que ceder. Khrushchov foi o primeiro a assinalar a possibilidade de um acordo, dizendo que retiraria seus mísseis com a condição de que os EUA não invadissem Cuba, e retirassem seus mísseis da Turquia.


Nesse meio tempo, dois aviões espiões americanos U-2
foram abatidos, matando um piloto americano. Kennedy com ponderação manteve o controle da situação e não iniciou uma retaliação imediata. No mesmo dia, os navios mercantes soviéticos haviam chegado ao Caribe e tentariam passar pelo bloqueio.

Sem saber ao certo se Khrushchov iria manter a sua palavra, os Estados Unidos se preparam para uma guerra que parecia cada vez mais inevitável. Na manhã do dia 22 de outubro, depois de 11 dias de extrema angústia o líder soviético enfim divulga na Rádio Moscou a sua decisão de retirar os mísseis de Cuba, colocando fim no pior de todos os momentos que pareciam precipitar todos os temores sintetizados por Albert Einstein: “Não sei como será a Terceira Guerra Mundial, mas poderei vos dizer como será a Quarta: com paus e pedras”.
 

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