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A Era Vargas - Estado Novo

Além da repressão política por meio da violência, a manutenção de Vargas no poder foi facilitada em grande parte pela propaganda favorável ao governo, que era criada no DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Por um lado censurando o que não lhe convinha, e por outro, produzindo mensagens favoráveis ao governo o DIP ajudou a fortalecer a imagem fraternal de Vargas junto às camadas populares.

Essa identificação emocional entre o líder do governo e o povo (facilitada pela propaganda) é conhecida como populismo. No populismo a população, identificada com o seu líder, vê a possibilidade de ter as suas necessidades atendidas. Assim, as conquistas dos trabalhadores incluídas na constituição de 1934, fruto de um longo processo de reivindicação dos trabalhadores, são apresentadas à população como um “presente” do governo, criando a imagem de Getúlio Vargas como protetor dos trabalhadores e pai dos pobres.

No campo econômico, impulsionado pela Segunda Guerra Mundial, o Estado Novo alcançou um expressivo avanço industrial, marcadamente, por meio da criação de empresas estatais como a CSN, a Vale do Rio Doce, a Fábrica Nacional de Motores, além de hidrelétricas e as bases para a criação da indústria de petróleo. Convém perceber que esses investimentos na indústria de base foram feitos pelo Estado, que acreditava que essas áreas estratégicas deveriam estar sob o seu controle.

A presença do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados potencializou as críticas ao governo Vargas, expondo a contradição política interna: um regime autoritário lutando contra os governos nazi-fascistas. O clima em favor da normalização política tornou a ditadura Vargas insustentável.

E nesse contexto que foram tomadas medidas para uma “transição democrática”, sem alterar significativamente os grupos que detinham o poder. Nesse processo de democratização foi declarada a anistia dos presos políticos, o anúncio de eleições gerais e da Assembléia Nacional Constituinte, suspensão da censura e reorganização partidária (inclusive, com a presença do PCB).

Ainda em 1945, o PTB e o PCB (inclusive com Luiz Carlos Prestes) aliam-se para indicar Getúlio Vargas como candidato. As altas patentes militares (as mesmas que apoiaram Vargas em 1937) desta vez se opõem a sua tentativa de permanência no poder e depõem Vargas, impedindo-o de concorrer às próximas eleições. As novas articulações políticas favorecem a candidatura de Dutra (que apoiou Vargas em 1937 e contribuiu para a sua derrocada em 1945) que ganha as eleições. A imagem de Vargas, contudo, não foi apagada no imaginário popular, e ele voltaria à cena política em pouco tempo, sem, contudo, condições políticas e econômicas tão favoráveis como as que o sustentaram no poder por 15 anos. 


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