O conjunto de modificações em relação a orgazinação do trabalho a partir da década de 1970 ficou conhecido sob o rótulo do toyotismo, em referência a empresa japonesa Toyota, que na recessão do capitalismo da década de 1970 precisava de estratégias como dinamizar o produção e competir com as indústrias americanas. Entre as principais características desse modelo, pode-se destacar:
- Produção de acordo com a demanda – é o consumo que orienta a produção (deriva daí a necessidade da multiplicidade de funções e operações que o trabalhadore deve dominar para poder atender as alterações na demanda de produção).
- Eliminação da organização hierarquizada e introdução de estratégias colaborativas – todo deverm interagir, compartilhando idéias e articulando decisões conjuntas (a famigerada “sinergia”, o objetivo implícito é a redução do tempo e dos investimentos em ferramentas e na coordenação das atividades). Há de se destacar que mesmo podendo existir uma diluição aparente da autoridade o poder, efetivamente continua concentrado nas mãos de poucos.
- Por outro lado, a tão aclamada “sinergia” pode mascarar intenções e conflitos levando a uma superficialidade nos relacionamentos. Uma relação confusa onde todos devem se portar como “colegas” mas não se deve discutir problemas importantes (quem dirá pessoais); e quando se trata de uma demissão apregoa-se o velho e cabível em todas as situações “profissionalismo”. No mundo empresarial politicamente correto não se demite, disponibiliza-se o trabalhador para o mercado de trabalho.
- Automatização da produção – inclusive com ampla utilização de computadores para orientar a produção por demanda, regulando os estoques (fim dos grandes estoques), ou o chamado “just in time”, que permite variar rapidamente a produção, atendendo as necessidades e exigências do mercado consumidor e como consequência possibilitar mudanças rápidas na técnicas e na organização do trabalho. Em grande medida, é graças ao princípio do “just in time” que cada vez que muda a chefia em uma organização, tem-se a possibilidade de alterar rapidamente funções, técnicas e formas organizacionais de trabalho (não que significa que os resultados esperados serão obtidos)
- Manutenção de estoques mínimos, de acordo com a procura efetivada pelos consumidores.
- Terceirização de alguns setores da produção. As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questões como marketing, pesquisa, desenvolvimento de produtos, produção de determinados componentes, entre outros. Contudo, ao mesmo tempo, por meio da terceirização procura se livrar de funcionários que desempenhavam atividades complementares e necessárias como, por exemplo, segurança, limpeza e alimentação. A consequência para esses últimos é uma grande precarização das condições e dos benefícios advindos do trabalho. A idéia que ampara terceirização é a necessidade de reduzir as despesas com a burocracia e a munutenção de funcionários, concentrando-se naquilo que supostamente a empresa sabe “fazer de melhor” (leia-se reduzir custos). Adota-se um “faz-de-conta” (de acordo com um suposto binômio conhecimento-tecnologia) onde os trabalhadores terceirizados tornam-se não tão necessários, ou implicitamente ronda sob uma névoa a idéia de que os trabalhos executados são inferiores, e, portando, os trabalhadores são dispensáveis.
0 Comentários