Em 1942, depois de mais três anos de guerra, a pretensão de uma fácil invasão da Inglaterra não se efetivara. Por outro lado, a União Soviética estruturara as suas forças e tinha posse de novos armamentos, equilibrando o conflito, expulsando os nazistas de Stalingrado e levando milhões de soldados alemães a exaustão ou morte. Por fim, agora os nazistas tinham uma grande preocupação: os norte-americanos, que ofereciam estoques infindáveis de combatentes e armamentos. Em meados de 1944 ocorre a grande invasão aliada da Normandia (Operação Overlord), que levou a libertação da França e abriu uma nova frente de batalha. Agora Hitler tinha que lutar ao mesmo tempo contra a URSS na frente oriental e contra a Inglaterra e os Estados Unidos na frente ocidental. A própria estratégia do blitzkrieg de Hitler começava a denunciar a fragilidade da Alemanha para uma guerra em longo prazo em várias frentes de batalha.
A partir deste momento Hitler vai acumular uma derrota após a outra, até ser encurralado pelas tropas soviéticas dentro de Berlim, em abril de 1945. No dia 30 deste mesmo mês Hitler se suicida, e no dia 8 de maio de 1945 a Alemanha assina uma nova rendição incondicional.
A guerra ainda teria um último desdobramento no Pacífico, uma vez que os japoneses, mesmo sem as mínimas condições de vitória contra os americanos insistiam em se manter na guerra. Os japoneses somente se rederam incondicionalmente quando os americanos lançaram as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, no começo de agosto de 1945, levando algumas centenas de milhares de pessoas a morte. Há de se destacar que essas cidades não eram centros industriais ou militares, ou seja, a população atingida foi praticamente em sua totalidade civil. Existe muita controvérsia em relação aos motivos que levaram os americanos a optarem pelo lançamento das bombas, entre eles pode-se citar:
- Uma estratégia para forçar o Japão a uma rendição incondicional, poupando milhares de vida norte-americana. Em favor dessa hipótese pode-se citar a experiência do combate contra os japoneses em locais como Iwo Jima, onde os japoneses ofereceram uma incrível capacidade de resistência ocasionando inúmeras baixas nas tropas americanas.
- Evitar a expansão da União Soviética. Nesse sentido, o lançamento das bombas funcionaria como um aviso aos soviéticos, na medida em que nesse momento os EUA é a única potência que detém a tecnologia atômica.
A Segunda Guerra Mundial deixou um saldo de mais de 50 milhões de mortos, sendo que 85% do lado dos aliados, a grande maioria de soviéticos. Além dos soviéticos a China a Polônia a própria Alemanha e os judeus computam seus mortos em milhões.
Com a fim da guerra veio à tona os horrores cometidos pelos beligerantes, tanto dos Aliados como por parte dos países do Eixo. Não podemos esquecer que as bombas atômicas constituem um crime contra milhares de vidas de uma população civil. Entre os maiores horrores da Segunda Guerra estão à eliminação por parte dos nazistas de milhões de judeus, ciganos e outras raças que eram consideradas inferiores.
Cabe destacar, também, que o mesmo argumento “étnico”, ou seja, de uma suposta “raça superior” levou franceses, holandeses e principalmente ingleses a cometerem verdadeiras atrocidades na África e na Ásia na segunda metade do século XIX. Pautados pelas ideais dos darwinistas sociais, os ingleses levarão à morte mais de 30 milhões de pessoas na Índia. Por outro lado, serão em grande parte os americanos, que irão oferecer aos alemães os princípios para a formatação da eugenia, que consista num suposto aperfeiçoamento da raça. Não é absurdo dizer que o anti-semitismo era comum na Inglaterra, nos Estados Unidos e na URSS. Talvez, tenha sido por esse motivo, que mesmo sabedores das barbaridades cometidas por Hitler nos campos de concentração, as grandes potências aliadas nada fizeram que precipitasse o fim do sofrimento dos judeus e das populações discriminadas.
Na primeira imagem Hitler aparece fragilizado, relembrando seus dias de glória: "A voz de seu mestre fragilizado, Hitler ouve os próprios discursos - mas dos tempos em que o nazismo parecia ser imbatível ".
A segunda imagem faz uma referência a Operação Overlord e o desembarque das tropas aliadas na Normandia: "A vitória das Nações Unidas agora é certa".
Com o Tratado de Versalhes a Polônia recebeu território que pertenciam à Alemanha, inclusive a cidade de Dantzig, e Hitler considerava que essa região deveria necessariamente ser reincorporada à “grande Alemanha”. Contudo, a invasão da Polônia poderia gerar atritos com a União Soviética, na medida em que suas fronteiras ficariam desprotegidas. Isso levou Hitler a firmar um acordo de não agressão com os soviéticos em agosto de 1939, conhecido como Pacto Nazi-Soviético, que garantiu a não interferência dos soviéticos na invasão, e posteriormente a partilha do Polônia entre os dois países.
Sabendo que não teria problemas com a União Soviética, Hitler exige que a Polônia entregue parte de seu território aos alemães. A Polônia contando com a promessa de apoio da França e Inglaterra em caso de invasão não aceitam a intimidação. “Assim, no primeiro dia do mês de setembro de 1939 a Alemanha invade a Polônia e apesar de Hitler declarar suas ‘boas intenções” em relação à França e Inglaterra, essas, mesmo relutando declaram guerra a Hitler. Em menos de três semanas a Polônia havia sido subjugada. Tinha início a maior guerra que a humanidade jamais havia presenciado.
Hitler sabia que para suplantar as potências européias tinha que decidir a guerra rapidamente. A tática de guerra utilizada foi a Blitzkrieg, ou “guerra relâmpago” que unia a idéia do rápido deslocamento de tropas (desenvolvido ainda por Napoleão), com as novas tecnologias bélicas. Agindo sob o efeito da surpresa e com extrema brutalidade, coordenando a infantaria, blindados e aviação, as tropas alemãs conseguiam romper rapidamente as forças inimigas, evitando o cheque direto e desmoralizando os inimigos. Com essa estratégia a Alemanha conseguiu invadir a Escandinávia, a Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Grécia, e em apenas seis semanas subjugar a França.
Em 1940 Hitler estava no auge de seu poder. Não encontrava internamente nenhuma oposição que representasse ameaça. No plano externo sua política expansionista surtira os efeitos desejados e tinha em suas mãos quase toda a Europa, com exceção da Inglaterra, que se acreditava em poucos meses capitularia.
Em junho de 1941 Hitler quebra a pacto que havia firmado com a União Soviética e inicia a invasão do território soviético. Apontado por muitos como um grave erro estratégico de Hitler, a invasão da União Soviética estava pautada em algumas razões, entre elas:
Ambição de dominar as reservas petrolíferas da região do Cáucaso.
Ambição em relação à ampliação dos domínios nazistas, ou do chamado “espaço vital”.
Combate ao socialismo.
Deve se destacar que o combate ao socialismo consiste em uma das bandeiras de fundação do partido nacional-socialista; os próprios discursos de Hitler continuamente ressaltavam a necessidade de destruir os socialistas. Nesse sentido, os planos de ocupação da URSS eram conhecidos por todas há muito tempo, o que não se esperava é que Hitler atacasse a URSS antes da Inglaterra capitular, o que era tido como certo pelos nazistas.
Apesar de obter sucesso nos primeiros dias de combate, adentrando rapidamente o território soviético, ocupando inúmeras cidades e fazendo milhões de combatentes prisioneiros, a campanha na Rússia vai se mostrar em longo prazo desastroso. Depois de fracassar na tomada de Moscou os nazistas vão tentar concentrar seus esforços no Cáucaso e em especial na tomada de Stalingrado. De extrema importância a tomada de Stalingrado vai se transformar no maior combate de todos os tempos, levando milhares de pessoas a morte. O exército russo vai mostrar uma incrível capacidade de resistência, conseguindo derrotar e expulsar os nazistas de Stalingrado. Tratava-se efetivamente da primeira derrota do exército alemão, acabando com o mito de invencibilidade do exército nazista. A partir desse momento os soviéticos irão contra-atacar os nazistas até alcançar Berlim, já no final da guerra.
A várias formas de se medir o desemprego:
IBGE – Utiliza o critério do desemprego aberto. Por esse critério são consideradas desempregadas apenas as pessoas que estavam disponsíveis e procuraram trabalho.
Seade e o Dieese – Utilizam o critério do desemprego total, que engloga além dos indivíduos que estavam disponíveis e procuraram emprego outros que por desanimo, desalento ou por exercerem atividades mínimas ou precárias não procuraram emprego formalmente. É claro que por esse índice o número de desemprego no Brasil alcança níveis estratosféricos, proximos da casa de 20%.
Calcula-se que no mundo existam pelo menos 2,8 bilhoes de trabalhadores, e que desse total 170 milhões estejam desempregados. Desse total, existe ainda, 500 milhões de trabalhadores extremamente pobres, que sobrevivem com apenas 1 dólar por dia e 1,4 bilhão de trabalhadores que sobrevivem com 2 dólares por dia.
O Brasil é também um dos países compeõs no chamado subemprego ou trabalho informal. Estima-se que mais de 50% da população exerça alguma atividade considerada informal. Trata-se de um contigente de pessoas que tenta uma adequação no mercado de trabalho buscando em atividades informais uma renda mínima para a sobrevivência. O trabalho informal atinge as grandes cidades, mas é no campo que ele atinge níveis alarmantes: mais de 90% da mão-de-obra não tem vínculo empregatício. Entre os problemas ocasionados pelo trabalho informal pode-se citar:
· A inexistência de um rede de proteção para os trabalhadores informais, como Fundo de Garantia e Férias.
· Na maioria das vezes o trabalho informal não leva em conta uma capacitação que prepare o trabalhador ou contribua para o seu aperfeiçoamento e vazão de suas potencialidades.
· Sonegação de impostos, o que leva a uma sobrecarga de impostos sobre os trabalhadores formais.
· Falta de condições e de segurança no trabalho.
Outro problema ligado ao trabalho no Brasil diz respeito as jornadas duplas ou longas jornadas de trabalho. Os problemas que se referem as longas jornadas de trabalho vão desde dificuldades de convivio social a disturbios psicológicos e físicos.
Uma possível solução, mesmo que paliativa, diz respeito a redução da jornada de trabalho. Não se trata, de nenhuma generosidade por parte da dinâmica capitalista, ao contrário, se confirmada nas próximas décadas, a redução da jornada obedece a uma nova lógica do capitalismo que valoriza determinadas práticas ligadas ao lazer. Com a redução da jornada se criaria milhares de postos de emprego, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas. A grande questão é conciliar a redução da jornada de trabalho e a manutenção do salário. Os defensores da redução dizem que o aumento de renda ocasionado com a incorparação de milhares de novos trabalhadores formais aumentaria o consumo e traria aumento de produção, criando um círculo virtuoso de crescimento econômico.
“Emprego é a função e a condição das pessoas que trabalham, em caráter temporário ou permanente, em qualquer tipo de atividade econômica, remunerada ou não. Por desemprego se entende a condição ou situação das pessoas incluídas na faixa das "idades ativas" (em geral entre 14 e 65 anos), que estejam, por determinado prazo, sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econômica”.
Alguns nuances teóricos
John Stuart Mill: "Se pudermos duplicar as forças produtoras de um país, duplicaremos a oferta de bens em todos os mercados, mas ao mesmo tempo duplicaremos o poder aquisitivo para esses bens". De acordo com essa teoria existe uma relação auto-reguladora entre a produção e o emprego, sendo que o desemprego está relacionado com um momento de desajuste. O necessário ajuste viria quando os desempregados adentrassem novamente em ocupações produtivas, aceitando as novas condições impostas pelo mercado, quase sempre com salários menores.
John Maynard Keynes: Os seguidores de Keynes discordavam de Suart Mill se opondo a idéia de que o mercado cria mecanismos que o auto-regula. Os keynesianos advogavam que a situação de empregos para todos, ou "pleno emprego" é ilusória podendo ser raramente alcançada. Para Keynes "Quando a procura efetiva é insuficiente, o sistema econômico se vê forçado a contrair a produção (...) Não há meio de assegurar maior nível de ocupação, a não ser pelo aumento do consumo." Ou seja, não é aumentando a produção e os bens materiais que se consegue efetivamente o crescimento econômico das pessoas e o pleno emprego.
Somente o aumento de consumo, atrelado a efetiva renda das pessoas poderia levar a um crescimento da economia e a um maior nível de emprego. O grande problema é que o poder aquisitivo muitas vezes está concentrado nas mãos de poucos pessoas.
Marx. Para Marx o desemprego é necessário para o desenvolvimento do capitalismo. Mais que isso, parte dos trabalhadores se constituem enquanto um exército de mão-de-obra de reserva, que garante a reprodução do sistema e a concentração de renda e da propriedade nas mãos de poucos.
Classificação do desemprego de acordo com a sua origem
Desemprego estrutural - Característico dos países subdesenvolvidos. Explica-se pelo excesso de mão-de-obra empregado na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiência dos equipamentos de base que levariam à criação cumulativa de emprego. Nesse sentido, o desemprego estrutural verifica-se quando o número de desempregados é superior ao número de trabalhadores que o mercado quer contratar e esse excesso de oferta de trabalhadores não é temporário.
Desemprego tecnológico - Atinge sobretudo os países mais adiantados. Resulta da substituição do homem pela máquina e é representado pela maior procura de técnicos e especialistas e pela queda, em maior proporção, da procura dos trabalhos meramente braçais.
Desemprego conjuntural - Também chamado desemprego cíclico, característico da depressão, quando os bancos retraem os créditos, desestimulando os investimentos, e o poder de compra dos assalariados cai em conseqüência da elevação de preços.
Desemprego friccional - Motivado pela mudança de emprego ou atividade dos indivíduos. É o tipo de desemprego de menor significação econômica.
Desemprego temporário - Forma de subemprego comum nas regiões agrícolas, motivado pelo caráter sazonal do trabalho em certos setores agrícolas.
Nos países capitalistas, a desocupação de 3% da força de trabalho é considerada normal e só acima desse índice é que se fala em desemprego. Há quem considere essa cota necessária ao desenvolvimento da indústria: afirmam que certa porcentagem de desemprego é salutar à economia, por constituir reserva de mão-de-obra para a expansão industrial.
Vamos analisar a seguir algumas das principais idéias de Marx e Engels, os principais representantes do pensamento socialista, em especial as idéias acerca do trabalho alienado.
Teoria da mais-valia – Através dessa teoria, Marx procurou demonstrar a maneira pela quais os trabalhadores são explorados. Mais-valia consiste na diferença entre o valor total da riqueza produzida pelo trabalhador e o salário que ele recebe. Como o objetivo do capitalismo é o acúmolo de capitais, a tendência observada por Marx era a de se pagar o mínimo possível para os trabalhadores com o objetivo de acumular capitais utilizando-se para tanto da exploração desenfreada do trabalho alheio.
Teoria da Luta de Classes – Segundo essa teoria, durante toda a história da humaninade há um continuo conflito entre explorados e exploradores. As diferentes condições econômicas da história sempre colocaram frente a frente esses grupos antagônicos.
Para Marx e Engels o conceito de luta de classes encontra a sua comprovação na averiguação das condicionantes históricas e sociais. Segundo ele, os trabalhadores deveriam se organizar e criar a consciência de classe, assim mostrar-se-iam as condições necessárias para se alcançar a “ditadura do proletariado”, etapa que instalaria o socialismo, condição indispensável para a posterior instalação do comunismo.
Para alcançar a consciência de classe, os trabalhadores deveriam levar em conta uma nova perspectiva em relação ao trabalho, que passa necessariamente pela observância a respeito do trabalho alienado.
A ídeia e a de que a sociedade industrial formatou o trabalho alienado, onde o “ser” e substituído pelo “ter”, ou seja, uma sociedade pautada sobretudo pela produção de mercadorias. Nessa sociedade o trabalho se manifestaria de quatro formas principais:
O estranhamento do homem, do sujeito trabalhador, em relação a objetivação do seu trabalho. Neste caso, o trabalhador não se identifica ou domina a totalidade de seu trabalho. O seu trabalha lhe é estranho, ele não compreende o objetivo ou finalidade das operações que executa, tornando-se assim um escravo de seu próprio trabalho, um mecanismo uma máquina. Esse estranhamento do homem em relação ao seu trabalho levaria os indivíduos a um embrutecimento.
O estranhamento do homem com relação ao objeto do seu trabalho. O trabalhador não reconhece e não é dono do produto final do seu trabalho.
O trabalho enquanto fonte de satisfação de suas necessidades. Neste caso o trabalho existe apenas como forma de obtenção e satisfação das necessidades criadas pelo homem. O trabalhador torna-se verdadeiramente escravo de suas necessidades, destinando toda a sua vitalidade e força criativa a simples obtenção de mercadorias. Em última instância o próprio homem se confunde com os suas necessidades transformando-se ele mesmo em uma mercadoria.
O trabalho enquanto uma contínua luta pela sobrevivência. Aqui o trabalhador emprega todas as suas energias na obtenção de meios de sobrevivência.
Teóricos do novo sistema descobriram no trabalho a fonte de toda riqueza individual e coletiva, entre eles Adam Smith:
“Não se vêem, por ventura, povos pobres em terras vastíssimas, potencialmente férteis, em climas dos mais benéficos? E, inversamente, não se encontra, por vezes, uma população numerosa vivendo na abundância em um território exíguo, até algumas vezes em terras penosamente conquistadas ao oceano, ou em territórios que não são favorecidos por dons naturais? Ora, se essa é a realidade, é por existir uma causa sem a qual os recursos naturais, por preciosos que sejam, nada são, por assim dizer; uma causa que, ao atuar, pode suprir a ausência ou insuficiência de recursos naturais. Em outros termos, uma causa geral e comum de riqueza, causa que, atuando de modo desigual e vario entre os diferentes povos, explica as desigualdades de riqueza de cada um deles; essa causa dominante é o trabalho”.
Em 1776, Adam Smith (1723 1790), afirmava que a riqueza de uma nação dependia essencialmente da produtividade baseada na divisão do trabalho. Assim, esse trabalho deveria obedecer à regra da especialização, ou seja, cada um executando uma etapa da produção da mercadoria. Executando apenas uma operação esse trabalhador adquiriria destreza nessa operação, levando à redução do tempo para a produção da mercadoria, e consequentemente ao aumento da produtividade. Maior produtividade significa lucro maior.
Por essa divisão, as operações de produção de um bem, que antes eram executadas por um único homem (artesão), são agora decompostas e executadas por diversos trabalhadores, que se especializam em tarefas específicas e complementares.
O que estava em jogo era o fim da autonomia do trabalho artesanal e a reunião e domesticação dos trabalhadores na fábrica. A divisão do trabalho defendida por Adam Smith teria a função de destruir o saber fazer do artesão.
Para que essa sociedade voltada para o trabalho se viabilizasse, houve necessidade de construir um corpo disciplinar que envolvesse todos os indivíduos dentro e fora da fábrica. A ordem burguesa da produtividade tornava se a regra que deveria gerir todas as instâncias do social. Para isso, instituiu se um discurso moralizante que visava cristalizar no conjunto da sociedade a ética do tempo útil.
O tempo útil do trabalho produtivo deveria funcionar como um "relógio moral" que cada indivíduo levaria dentro de si. O uso do tempo que não de forma útil e produtiva, conforme o ritmo imposto pela fábrica, passou a ser sinônimo de preguiça e degeneração. Só o trabalho produtivo, fundado na máxima utilização do tempo dignificava o homem.