D. Pedro I retornara a Portugal mas deixava no Brasil o seu filho e herdeiro, de apenas 5 anos de idade. Por ocasião de sua menoridade, no período de 1831-1840 os grupos políticos em cena, em especial os liberais moderados (defendiam a centralização do poder e a manutenção da monarquia), os restauradores (conhecidos também como caramurus, defendiam a restauração do imperador D. Pedro I) e os liberais exaltados (queriam a descentralização do poder), em alguns casos falava-se até mesmo em republicanismo) disputarão o poder entre si, e o Brasil será governado por regentes.
Pode-se perceber que as duas principais questões que se colocavam nesse momento eram com relação ao retorno de D. Pedro I ao poder (o que durou até 1834, quando D. Pedro I morreu) e em relação ao federalismo (descentralização do poder) ou unitarismo. Os anseios federalistas ganharam algum impulso a partir de 1834, com a aprovação do Ato Adicional, que concedia algumas concessões às provincias, como, por exemplo as Assembléias Legislativas Provinciais.
Há de se destacar, que esses diferentes grupos políticos representavam em sua quase totalidade, grandes proprietários de terras e escravos, e defendiam a manutenção das estruturas sociais. Nesse período, o Brasil foi governado pelos seguintes regências:
• Regência Trina Provisória (1831).
• Regência Trina Permanente (1831-1835)
• Regência Una de Feijó (1835-1837)
• Regência Uma de Araújo Lima (1837-1840)
Durante o período da Regência Trina Permanente foi criada a Guarda Nacional, que dizia respeito a uma milícia especial que deveria manter a ordem social em todas as províncias. Somente poderiam participar da Guarda Nacional, homens que tivessem renda mínima de 100 mil réis anuais. Os comandantes da Guarda Nacional recebiam o titulo de coronel. Esses cornoéis darão origem ao fenômeno conhecido como coronelismo, onde por meio do controle dessas forças milicianas acabam por legitimar o desmando e a exlusão social.
A partir de 1835 vários movimentos de oposição ao governo central eclodiram por todo o país, entre eles pode-se destacar a Cabanagem (1835-1841, no Pará), a Balaiada (1838-1841, no Maranhão), a Sabinada (1837-1838, na Bahia) e a Farroupilha (1835-1845, no Rio Grande do Sul). Na maioria das vezes essas rebeliões tinham como base uma grande insatisfações em relação ao poder central, o agravamento da situação econômica do país, a miséria das camadas mais baixas, os desmandos, a escravidão e a esclusão social, e os anseios da população por uma maior participação política. O governo central procurou se fortalecer com a anulação do Ato Adicional, o que ocorreu em 1840. A “pacificação” das províncias ocorreu com mão-de-ferro, e com execção da Farroupilha, que resistiu até 1845, os demais movimentos foram duramente reprimidos, ocasionando a morte de milhares de pessoas.
Com a Lei da Maioridade, se antecipou a idade legal para que o herdeiro do trono assumisse o poder. Em 1841, D. Pedro II é coroado, após ter completado 15 anos, colocando um fim ao período regencial.
A imagem abaixo faz uma referência à tomada da cidade de Belém, durante a Cabanagem.